sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Globo de neve

A quem possa interessar,esta carta não deveria estar sendo escrita desta maneira. Tudo o que posso dizer é que nada saiu como planejei, e se realmente a teoria da atração funcionasse, seria de forma contrária aos acontecimentos que se concretizaram na minha realidade, nada alternativa,que chamo de “passado”.
Sinto que as vezes o meu corpo já não responde mais aos meus comandos. A boca fala o que não penso, as mãos movem-se em direção ao que não desejo, os olhos observam onde não há nada.As vezes penso que “desligar-me do plug” em que fui conectada seja a decisão mais sábia a se tomar, pois adentrei em uma casa sem janelas, somente portas com cadeados enormes de ouro maciço. Penso que o futuro não pode ser pior do que o presente, pois o presente faz-se mais presente do que as ações passadas, as boas ações do passado.
Quem me dera poder retomar a varinha mágica e trazer estes momentos, e congela-los em um globo de neve, desses que encontramos facilmente nas ruas de Nova York:Um realidade,idealizada, presa em um globo onde todos observam,mas nada podem fazer para altera-la. Se assim o fosse, ele cairia nas mãos erradas, e se quebraria em mil pedaços, como se fosse feito de cristal,água e nada mais.
Que saudades de alguém que está tão perto....e que não posso tocar,não porque não quero, mas porque não me é permitido. Respeitar a vontade do narciso que cresce, sem arrancar-lhe uma pétala é respeito e dor, ao mesmo tempo. Quero alimentar meu jardim novamente...quero plantar novas sementes, boas e saudáveis, fortes e duráveis, quero poder pedir algo e ser atendida,quero querer e ter, sem me engasgar com o que beber,pode ser?
Espero que sim, a quem possa interessar,estas letras foram escritas por dedos, mas arrancados de forma bruta e violenta de meu peito.


Charlotte,

Nenhum comentário:

Postar um comentário